Num café de inteligência artificial em Austin, onde até o cappuccino é impresso com QR Code, alguém cochicha entre goles de expresso: “Você ouviu? Elon Musk quer fundar um partido. Vai se chamar America.” E pronto — não precisa de mais nada. O boato vira buzz, e o buzz vira tendência. Em poucos minutos, hashtags nascem, memes aparecem, e especialistas começam a dar entrevistas sem nem saber se a coisa é real.
Afinal, se há alguém capaz de transformar um tweet em foguete, é ele.
Elon Musk, o homem que já quis colonizar Marte, agora quer organizar a Terra — ou pelo menos os Estados Unidos. Entre um teste de carro voador e uma crise no X (a rede social que, ironicamente, ainda não decolou como seu foguete), Musk parece mirar uma nova órbita: o universo político. E como um bom visionário do século XXI, não quer apenas apoiar um lado. Quer fundar o seu.
Partido America. Assim mesmo, com nome de bandeira. Nem direita, nem esquerda. Nem republicano, nem democrata. Um partido com cara de Silicon Valley e coração de código-fonte. Seria uma legenda? Um aplicativo? Um laboratório? Ou um manifesto em formato beta, sujeito a atualizações diárias?
A proposta, dizem os sussurros dos corredores digitais, é unir tecnologia, liberdade, eficiência e, por que não, um toque de messianismo midiático. Afinal, quando se tem satélites no céu, carros que se dirigem sozinhos e seguidores suficientes para eleger uma república inteira, por que não tentar?
Mas o que seria, de fato, esse partido? Um novo sonho americano embalado em Wi-Fi de alta velocidade? Um protesto contra os extremos? Uma jogada de marketing de alguém que cansou de ser CEO e quer ser sigla?
Musk nunca foi convencional. Ele transformou foguetes em atrações de YouTube, reinventou o dinheiro com criptomoedas e decidiu que o futuro seria elétrico mesmo que isso custasse bilhões em apostas. Agora, talvez perceba que o sistema político também está obsoleto — com bugs demais, ideologias travadas e líderes que parecem rodar num sistema operacional de 1950.
Então ele propõe: um partido para reiniciar a América. E, de quebra, talvez a forma como pensamos a política.
Céticos riem, analistas se irritam, e seguidores deliram. Há quem veja um visionário. Há quem veja um megalomaníaco. Mas todos olham. E isso, em tempos de overdose de informação, já é poder.
No fim das contas, não sabemos se o Partido America será lançado ou se permanecerá como uma ideia flutuando em algum servidor da SpaceX. Mas uma coisa é certa: quando Elon Musk sussurra uma possibilidade, o mundo inteiro escuta — mesmo que, às vezes, o som venha do vácuo.
.'. FERNANDO COZZI .'.

0 Comments
إرسال تعليق